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A Curiosidade Não Matou o Gato — Só Fez Ele Vir Fazer Terapia

Afinal, por que um blog?

Como alguém que nasceu em 1996 e que, na adolescência, mergulhava no maravilhoso mundo dos blogs, não poderia deixar de criar um espaço assim por aqui. Pensei: qual seria a melhor forma de conversar com você como se estivéssemos trocando mensagens no WhatsApp, nos conhecendo de forma leve e verdadeira? A resposta foi imediata: um blog.

Fico imaginando você que chegou aqui por acaso. Aliás, se passou por todas as abas do site até cair aqui no blog... parabéns. Você é curioso — e provavelmente meu tipo favorito de pessoa.

Na minha opinião, não somos absolutamente ninguém sem curiosidade. Foi ela que impulsionou a humanidade a sair da caverna — ainda que hoje eu questione se estamos indo tão bem assim. Mas seguimos tentando.

Quem escreve aqui

Como aqui temos mais espaço do que em um post do Instagram, onde me apresento em poucas palavras, acredito que uma apresentação mais íntima faz sentido. Afinal, talvez você saia daqui como meu paciente, talvez como meu amigo.

Então vamos fugir do óbvio — nome e idade — e ir direto ao ponto: por que alguém escolhe Psicologia? Por que alguém escolhe a Psicanálise?

Para além do clichê do “desejo de ajudar”, para mim, Psicologia e Psicanálise são formas de poesia. Poesia sobre a arte de viver, sobre como mesmo no meio da bagunça que somos e nos tornamos, ainda é possível nos encontrarmos. Parece que estamos sempre nos perdendo — desde o corte do cordão umbilical — e ficamos à mercê da experiência de estar no mundo, esquecendo do que somos capazes de criar.

Sim, somos atravessados pelo contexto social, pela cultura e pelos vínculos em que estamos inseridos. Mas o grande risco é deixarmos de contribuir com sentido e apenas nos deixarmos levar pela correnteza da vida como turistas. E, vamos combinar, como é bonito trabalhar como psicóloga — como é gostoso ser detetive da alma, revelar o que está escondido na essência de alguém.

Por isso, volto ao começo: ser curioso é ter grandes potencialidades.

Curiosidade que me levou até aqui

Minha curiosidade, aliás, já me levou a caminhos inesperados. Por exemplo: fiz faculdade de cinema. Calma, não para atuar — minha paixão era roteiro, direção, produção. Eu amava me expressar por meio dessa arte, mas entendi que era mais uma paixão do que um amor duradouro. Foi nesse reconhecimento que nasceu a curiosidade por algo mais profundo... e aí veio a Psicologia.

Hoje, outras coisas continuam despertando minha curiosidade. Uma delas é a minha fé — que passou a ser parte fundamental de quem sou. Foi ela que me conduziu ao Catolicismo e me colocou no lugar onde estou hoje.

Sim, aqui vamos falar de fé e de Deus. E sim, ciência e fé podem coexistir. Aliás, seria estranho se não o fizessem.

Do engano à reconstrução

Sempre acreditei em algo, mas esse algo não tinha nome. Vivi relações pessoais (não amorosas) profundamente tóxicas, que me fizeram duvidar da minha capacidade de pensar, de sentir e de querer. Por anos, fui levada a participar do que, olhando hoje com clareza, reconheço como uma seita. É claro que os envolvidos preferiam chamar de "filosofia de vida" ou de "conexão com o Deus interior".

Mas deixo um aviso sincero: se você está em um lugar que diz ter uma fórmula matemática para a vida, talvez esteja numa seita. Se esse lugar diminui a presença de Deus, divide pessoas, valoriza só conquistas egoístas e exalta apenas o homem — desconfie. Seitas existem até dentro de igrejas.

Durante esse período, minha curiosidade foi sufocada. Mas, depois de muito tempo de cura, terapia, carinho, apoio e oração, em um dia comum, senti o desejo de ir a uma missa. Fui... e nunca mais parei.

Fé que expande, não que limita

Minha fé não me enclausura — ela expande. Ela me dá liberdade para crescer como pessoa, como profissional, para amar melhor, cuidar mais, me posicionar com mais clareza.

Isso não significa que eu vá impor a você minha visão de mundo. Muito pelo contrário. Respeito profundamente sua fé — ou a ausência dela. Não estou aqui para julgar, converter, ditar certo e errado. Estou aqui para escutar, acolher e agir com ética e ciência.

Nem fria, nem distante

E se você está se perguntando: “Mas ela vai ser essa pessoa nos atendimentos também?”, a resposta é: sim e não. Sim, porque eu sempre vou te escutar com respeito e ética. E não, porque eu não sou fria ou distante.

Eu rio, me emociono, me expresso. Me recuso a assumir esse estereótipo de que quem trabalha com Psicanálise é inacessível ou distante. A conexão só acontece na presença verdadeira. E eu acredito nisso com o corpo inteiro.

Seja bem-vindo (a)

Esse blog é meu lugar de conversa com você. Aqui vai ter Psicologia, sim. Vai ter fé. Vai ter reflexão. Vai ter dor e vai ter humor. Vai ter vida.

Porque, no fim das contas, conexão é a curiosidade de viver.

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